sábado, 20 de maio de 2017

O vale tudo do Governo e a luta dos trabalhadores

“No esforço de superação do grave momento atual, são necessárias Reformas, que se legitimam quando obedecem à lógica do diálogo com toda a sociedade, com vistas ao bem comum” (CNBB. O grave momento nacional, 03/05/17)
Infelizmente, não é isso o que acontece hoje no Brasil, no Governo ilegítimo do golpista Michel Temer com as Reformas (Antirreformas) da Previdência e Trabalhista e com a Lei da Terceirização. As Reformas são impostas ditatorialmente, de cima para baixo, sem ouvir a voz dos trabalhadores e das trabalhadoras.
É o império do mal, é um crime contra a vida do povo (um crime de lesa-humanidade). Michel Temer não passa de um fantoche, manipulado pelos detentores do poder financeiro internacional e a serviço de seus interesses.
Para impor as Reformas, “vale tudo”. Basta um exemplo. “A equipe econômica (do Governo) decidiu perdoar os juros da dívida da contribuição social do empregador rural. A informação é publicada por O Estado de S. Paulo, 15-05-17. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, bateu o martelo nesse ponto reivindicado pela bancada ruralista do Congresso. O Governo vai editar uma medida provisória para tratar do passivo do Funrural, o equivalente à contribuição para a Previdência do setor, cujo passivo pode superar R$ 10 bilhões. Michel Temer se reúne com a bancada hoje e deve anunciar a medida como moeda de troca para o apoio à Reforma da Previdência” (http://www.ihu.unisinos.br/567640-por-reforma-governo-faz-agrado-aos-ruralistas). O descaramento é total e a sem-vergonhice não tem limites!
No dia 4 do mês corrente, as Centrais Sindicais - na Nota “Continuar e ampliar a mobilização contra a retirada de direitos” - “avaliaram a Greve Geral do dia 28 de abril como a maior mobilização da classe trabalhadora brasileira”. E afirmam: “Os trabalhadores demonstraram sua disposição em combater o desmonte da Previdência social, dos Direitos trabalhistas e das Organizações Sindicais de trabalhadores”.
Continuam dizendo: “A forte paralisação teve adesão nas fábricas, escolas, órgãos públicos, bancos, transportes urbanos, portos e outros setores da economia e teve o apoio de entidades da sociedade civil como a CNBB, a OAB, o Ministério Público do Trabalho, Associações de magistrados e advogados trabalhistas, além do enorme apoio e simpatia da população, desde as grandes capitais até as pequenas cidades do interior”.
As Centrais Sindicais, reafirmando sua disposição de luta em defesa dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras, definiram um calendário para dar continuidade e ampliar as mobilizações.
“De 8 a 12 de maio:
  • Comitiva permanente de dirigentes sindicais no Congresso Nacional para pressionar os deputados e senadores e também atividades em suas bases eleitorais para que votem contra a retirada de direitos;
  • Atividades nas bases sindicais e nas ruas para continuar e aprofundar o debate com os trabalhadores e a população sobre os efeitos negativos para a toda sociedade e para o desenvolvimento econômico e social brasileiro.
De 15 a 19 de maio:
  • Ocupa Brasília: conclamamos toda a sociedade brasileira, as diversas categorias de trabalhadores do campo e da cidade, os Movimentos sociais (populares) e de cultura a ocuparem Brasília para reiterar que a população brasileira é frontalmente contra a aprovação da Reforma da Previdência, da Reforma Trabalhista e de toda e qualquer retirada de direitos;
  •  Marcha para Brasília: em conjunto com as Organizações sindicais e sociais (populares) de todo o país, realizar uma grande manifestação em Brasília contra a retirada de direitos”.
A Nota termina dizendo: “Se isso ainda não bastar, as Centrais Sindicais assumem o compromisso de organizar um movimento ainda mais forte do que foi o 28 de abril. Por fim, as Centrais Sindicais reunidas convocam todos os Sindicatos de trabalhadores do Brasil para mobilizarem suas categorias para esse calendário de lutas” (CGTB - Central Geral dos Trabalhadores do Brasil, CSB - Central dos Sindicatos Brasileiros, CSP Conlutas - Central Sindical e Popular, CTB - Central dos Trabalhadores e das Trabalhadoras do Brasil, CUT - Central Única dos Trabalhares, Força Sindical, Intersindical - Central da Classe Trabalhadora, NCST - Nova Central Sindical de Trabalhadores, UGT - União Geral dos Trabalhadores).
No dia 7 último, as Centrais Sindicais convocaram a “Marcha para Brasília” contra as Reformas para o próximo dia 24, como uma preparação para a segunda greve geral do ano no País. Parabéns às Centrais Sindicais pela unidade na luta! Aliadas aos Movimentos Populares e outras Organizações da sociedade civil - como Comunidades Eclesiais de Base, Igrejas, Pastorais Sociais e outras - elas são uma força invencível.
A causa é justa e Deus está do lado dos que lutam pela justiça! Fora Temer! Diretas já! Nenhum Direito a Menos!




Fr. Marcos Sassatelli, Frade dominicano
Doutor em Filosofia (USP) e em Teologia Moral (Assunção - SP)
Professor aposentado de Filosofia da UFG
Goiânia, 17 de maio de 2017

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